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"... Desta vez reduziu-se a “biblioteca” à mínima expressão, à sua qualidade de signo. Em vez de tentar reunir uma grande quantidade de livros num mesmo espaço, a estratégia posta em prática foi seguir o rasto de uma só imagem encontrada num livro que relata o dia-a-dia da vida da cidade de Terrassa durante a Guerra Civil – e transformá-la em signo de leitura.
Numa das páginas deste livro, pode ver-se a fotografia de um veículo de combate construído por um grupo de militantes republicanos. O tanque, no qual se pode ler “Tarrasa” (em castelhano) e que não passa de uma pobre imitação de um carro de combate moderno, nunca funcionou, esmagado pelo excessivo peso da blindagem artesanal. Partindo desta pungente imagem do fracasso, a sala de leitura reúne uma coleção de fotografias de tanques artesanais e provisórios, produtos de precariedade e de esperança para lutar numa guerra perdida.
As inscrições textuais em jeito de slogans presentes nos tanques, vinculam-os à materialidade do “livro” como suporte textual, já que a escrita funciona em ambos como estratégia de transmissão de propaganda. "